quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Prazer na Direção: Fiat Linea Essence

Dona Fiat tem três filhas bem parecidas entre si, Linea Essence, Linea Absolute e Linea T-Jet. Dessas três, qual teria mais aptidão para trabalhar com, digamos assim, serviços de luxo para cavalheiros? Talvez a T-Jet, fogosa, com sua roupagem provocante e seu desempenho de arrancar suspiros. Ou talvez a Absolute, com toda a sua elegância e beleza, além da forma que ela sabe mimar seu amo. Ninguém suspeitaria da pacata Essence, e é aí que as aparências enganam.

As aparências enganam. Foto: Marcelo Silva



Lili, como chamarei o Linea, sabe provocar e ser discreta. Sabe cativar e atiçar. Sabe ser suave e selvagem, como ninguém. Sua irmã T-Jet é selvagem em sua pura essência, sua roupagem provocante chama muita atenção na rua e deixa clara a sua vocação. Não é o tipo de característica mais procurado em uma acompanhante. Apesar de saber como te dar prazer, a T-Jet é agressiva demais, não sabe ser suave quando necessário, afinal enquanto sua turbina não enche, o motor 1.4 é fraco demais para lidar com o carro.

Sua irmã Absolute possui uma roupagem que evoca suspiros no mais controlado dos cavalheiros. Mas seu comportamento na "hora H" não condiz com sua aparência. As rodas aro 17 com seus pneus largos deixam o carro pesado demais para o motor E.TorQ. E o câmbio Dualogic se esforça, mas não consegue transmitir ao motorista tudo aquilo que a Lili Absolute pode oferecer.

Portanto, a filha da dona Fiat que é mais propensa ao ofício mais antigo do mundo é a Lili Essence, justamente aquela que menos transmite isso na aparência, mas que sabe como ninguém entregar o produto esperado: prazer, ao dirigir, que fique bem claro.

Graças ao capricho do destino, fui ter com a Lili justo em uma sexta-feira chuvosa após uma breve discussão com a minha noiva. Era evidente que aquela moça vestida de preto não me deixaria ir dormir sem uma diversão que seria inesquecível. Ela só não sabia que seria para nós dois.

Ao invés de pegar a reta de casa, peguei o caminho oposto, deixando minha prudência e meu lado "bom" bem guardados no porta-luvas da Lili. Quanto mais eu me aproximava da alça de acesso à rodovia, mais Lili ía revelando sua face oculta, ficando cada vez mais em minhas mãos e sujeita ao meu comando.

Na aceleração para entrar na rodovia molhada, vazia como eu esperava, Lili me provocava com o ronco de seu motor E.TorQ 1.8 16V à medida que o giro subia e se aproximava da faixa vermelha. Quando o ímpeto era maior do que devia, um corte "sujo" da injeção me fazia voltar à realidade. Mas era só jogar uma marcha para cima e voltar a acelerar. O ronco do motor invade o habitáculo sem cerimônia acima das 5000 rotações, é uma verdadeira música para ouvidos iniciados.

Cheguei a impressionar-me com a facilidade que o ponteiro do velocímetro varria seu curso até valores obscenos, mas o que mais atiçava meus sentidos era a forma que Lili tinha aptidão para agarrar os discos de freio, sempre que solicitada. Era delicioso subir em cima do pedal e deixar o ABS fazer seu trabalho antes de ver a moça contornar as curvas mais traiçoeiras com pura delicadeza e maciez.

Depois de nos divertirmos por algumas horas naquela madrugada, dançando na chuva, deixei Lili adormecer e descansar, afinal, no dia seguinte ela retornaria ao harém de carros para continuar seu ofício de servir às solicitações de seu amo. Mas dentre todas aquelas utilizações frias de um veículo classe executiva na locadora, acredito que Lili se lembraria daquela noite para sempre, ou até o próximo cliente entusiasta.

Marcelo Silva

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