quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Impressões: Chevrolet Cobalt LTZ 2012

Hoje tive a oportunidade de visitar o Chevrolet Cobalt LTZ na concessionária. O recém-lançado sedan é concorrente direto do honesto Renault Logan e do estreante Nissan Versa, em uma categoria que compreende carros espaçosos, baratos e justos, para atrair um consumidor cada vez mais exigente, que busca equipamentos e bom espaço para a família, mas não pode pagar por um modelo de categoria superior.

Frente de Agile
O modelo estacionado no show room era pintado na cor Prata Polaris, que custa R$ 903,00 e é o único opcional do carro em sua versão mais completa, totalizando um preço de R$ 46.883, já equipado com freios ABS + EBD e duplo airbag frontal.

UPDATE: Confira a avaliação completa do Chevrolet Cobalt LTZ.

Próximo ao carro pude perceber como ele é muito mais agradável e jeitoso ao vivo do que nas fotos que já havia visto na internet ou em revistas. A frente é muito parecida com a desproporcional frente do Agile, mas exceto os faróis grandes em demasia, o restante ficou proporcional à maior largura do Cobalt, resultando em um conjunto mais harmônico.

A linha de cintura do carro é alta e passa a impressão de ser um carro de categoria superior, assim como a curvatura do teto na traseira para a tampa do porta-malas, idêntica à do finado Vectra. O desenho da tampa lembra mais o Vectra conforme vai em direção ao para-choque traseiro, sem a faixa cromada de gosto duvidoso, que no Cobalt passou para o para-choque, acima da "boca" que abriga a placa.

Bela traseira, melhor ao vivo.
Na lateral, ausência de friso, algo que vem sendo seguido pelos outros fabricantes, mas que infelizmente deixa o carro à mercê de descuidados e suas portas criminosas, que podem transformar a porta do Cobalt em um universo de mossas na sua primeira ida ao shopping center.

Bonitas rodas de aro 15" e liga leve são emolduradas por pneus "verdes" 195/65 R15. Notem como o perfil do pneu é alto, o que deve se traduzir em uma suavidade tremenda ao rodar.

Internamente o carro agrada mais ainda. Os bancos são confortáveis e apóiam bem o corpo, com boa densidade da espuma e dando a impressão que não cansariam o motorista em uma viagem longa. A regulagem de inclinação do encosto é do lado esquerdo e usa alavanca, complicadas de serem operadas com a porta fechada por alguém que esteja usando relógio e tenha uma mão grande. Também não são muito práticas na tarefa de encontrar a posição correta, mas não são tão imprecisas como as alavancas da Fiat, por exemplo.

Painel bonito e bem resolvido.
Já a regulagem de altura é feita por uma roldana, também do lado esquerdo. O banco possui uma boa amplitude de regulagem, mas requer paciência para a operação da roldana, que é dura e preguiçosa. Tive a impressão da regulagem de altura ser apenas para o assento, sendo que o encosto permanece na mesma posição. Mesmo descendo à posição mais baixa, continuei meio alto, mas nada que seja desagradável. Seria melhor se a Chevrolet invertesse as coisas e colocasse uma alavanca para regulagem de altura e roldana para inclinação do encosto.

O volante é muito bom, com desenho similar ao do Cruze, mas sem os botões de controle do rádio e cruise control (que devia ser oferecido). Com expessura e textura muito boas, esse é um daqueles volantes que nos dá mais prazer ao dirigir. O tamanho também é correto. A regulagem é apenas de altura, mas possui uma boa amplitude. Não senti necessidade de regulagem de profundidade no meu caso.

Há uma linha que segue das portas até a parte superior do painel, dando uma sensação de refinamento ao interior, apesar do uso de plásticos duros. Nas portas também há muito plástico, mas com boa qualidade de montagem. A ergonomia é correta, com quase todos os comandos à mão, exceto a regulagem dos retrovisores elétricos (aonde ficaria a regulagem manual), que obriga o motorista a se inclinar para a frente.

O carro possui vários porta-objetos, dois porta-garrafas enormes nas portas e outros dois porta-copos de verdade no console, ao lado da alavanca de freio de mão. Atrás desdes há ainda outro porta-objetos bem grande.

Não há spots de leitura nem espelho no para-sol do motorista. Também não há iluminação do espelho no para-sol do passageiro, uma falha meio imperdoável para um carro de quase R$ 50.000. Só quem já dirigiu com a companheira se maquiando à noite no banco do passageiro sabe como uma iluminação individual para o passageiro é útil.

Gostei muito do rádio, double din, com um display que aparenta ser simples, mas é completo e possui uma iluminação correta, bem como uma disposição gráfica intuitiva e de bom gosto. Os botões são grandes e oferecem facilidade de operação. Há entrada USB e auxiliar, sendo que estas ficam localizadas no console, à frente do câmbio.

A alavanca de câmbio possui tamanho correto e operação suave, assim como a direção hidráulica que também se mostrou bastante leve, mediante esterçamento feito com o carro parado.

Os comandos do ar-condicionado analógico são bem acabados e de acionamento suave. Felizmente as saídas de ar fogem do desagradável padrão circular adotado hoje em dia por carros de baixo custo. Com o ventilador do ar-condicionado no máximo, o ruído é alto mas aceitável.

Um ponto que agrada bastante é o painel de instrumentos, na coloração ice blue, utilizada também no Agile. O conta-giros à esquerda é excelente, e além disso há um display digital que reúne o velocímetro (de bom tamanho), hodômetro e informações do computador de bordo, que possui apenas 4 funções (autonomia, consumo médio, hora e velocidade média) mas é suficiente. As operações deste são feitas pela haste da esquerda na coluna de direção. A haste da direita opera o limpador/lavador do vidro dianteiro. O acionamento dos faróis é feito à esquerda, por um botão giratório.

A visibilidade do carro é muito boa, os retrovisores externos são de bom tamanho e cobrem bem o tamanho do carro. O retrovisor interno é bom mas não faz milagres com a traseira alta e as largas colunas traseiras, mas não traz maiores dificuldades. Infelizmente o sensor de estacionamento não está presente nem como opcional, mas a sua instalação é mais do que recomendada, as pilastras agradecem.

Quanto ao espaço, motoristas de qualquer tamanho se posicionam confortavelmente no Cobalt. Eu pude me posicionar sem esbarrar o joelho em lugar nenhum, assim como minha cabeça esteve sempre bem longe do teto e meus ombros a uma distância correta da porta. No banco do passageiro o espaço também é amplo. As portas dianteiras possuem bom ângulo de abertura e peso correto, além de fecharem com suavidade, mas sem o recurso de descer dois dedos da janela, presente nos Chevrolet da geração anterior.

Já na traseira, que maravilha. Mesmo sentado atrás do banco que estava regulado para mim, sobrou espaço para as pernas. Minha cabeça ficou a três dedos do teto e longe da coluna lateral. Os bancos são igualmente confortáveis, bem como a altura do assento é boa. As portas são amplas e igualmente leves, tornando o banco traseiro um lugar agradável para duas pessoas viajarem. Uma terceira pessoa também cabe, desde que seja pequena e não ligue para a segurança, pois não há apoio de cabeça central nem cinto de três pontos.

No porta-malas há um latifúndio. São 563 litros de capacidade, além disso o banco traseiro é bipartido, facilitando a tarefa de organizar a bagagem de toda a família na viagem do feriadão. O estepe (mais fino, T115/70 R16) dorme dentro, como deve ser. Não há articulações pantográficas, mas devido à profundidade do porta-malas, isso não é um problema tão grande.

Cabe muita coisa aí, acredite.
Não há comando para abertura interna do tanque, sendo necessário entregar a chave ao frentista. Não vejo problema nisso, mas há quem reclame. A abertura do porta-malas é feita somente pela chave, felizmente há um botão para isso na chave canivete da versão LTZ.

O carro possui um tanque de 58 litros, o que permite uma boa autonomia para quem gosta de viajar com o pé "em cima". Mas infelizmente o motor 1.4 Econo.Flex de 102 cv @ 6200 RPM e 13 kgmf @ 3200 RPM pode não seu maior amigo na tarefa de viajar longos quilômetros sem abastecer. Com 1073 kg e um Cx de 0,32, a potência é até aceitável, mas o torque baixo irá obrigar o motorista a reduzir marcha e subir o giro sem dó para dispor de força em subidas e ultrapassagens.

Acredito que um motor maior ou um cabeçote multiválvulas pudesse ser a escolha mais adequada ao modelo. Porém, não farei mais julgamentos sobre o desempenho visto que o modelo ainda não estava disponível para test drive. De qualquer forma, assim que eu der umas voltas com o Cobalt, deixarei minhas impressões aqui.

No geral, é um carro muito bom. Pelo preço que custa, o Cobalt oferece um bom nível de equipamentos e um excelente espaço interno, sem descuidar do visual como acontece com o Logan. Exceto pela semelhança com o Agile (apenas na dianteira e nada mais), é um carro com plataforma relativamente moderna para os nossos padrões (GSV, derivada do Corsa D, que não veio para o Brasil), com bom padrão de qualidade e boas soluções para os ocupantes.

Montado com pintura metálica (R$ 46.883), o Cobalt LTZ custa mais do que o Logan Expression mais completo e equipado no mesmo nível, com motor 1.6 (R$ 41.510 e possui motor 1.6 com 95 cv e 14,2 kgfm de torque). Só que o Cobalt te faz se sentir em um carro novo de verdade, ao contrário do Logan que possui design do século passado.

Seu maior concorrente é o Nissan Versa SL, que custa R$ 42.990 e é dotado de um eficiente motor 1.6 16V com 111 cv e 15,1 kgfm de torque, com bom compromisso entre desempenho e consumo. Além disso possui uma plataforma moderna como a do Cobalt (a mesma do Nissan March, só que alongada), mas o carro é menos refinado no acabamento e mais estreito, herança do March. Além disso a direção é elétrica. Porém, o carro da Nissan é visualmente mais desajeitado que o Cobalt. Um outro ponto a favor do Cobalt é a tradição da Chevrolet junto aos consumidores brasileiros, algo que a Nissan vem tentando buscar aos poucos.

Se eu compraria um Cobalt? Talvez. Apesar de não precisar de um carro deste tamanho, é um carro honesto. Só precisa de um motor mais forte.

Marcelo Silva

Crédito das fotos: Todas

sábado, 26 de novembro de 2011

Fiat Uno Vivace, boa surpresa (Parte 1, aspectos gerais)

Avaliei por alguns dias uma Fiat Uno Vivace 1.0, dotada de ar-condicionado, vidros e travas elétricas, direção hidráulica e faróis de neblina. Uma combinação exótica, assim digamos, pois sequer os para-choques eram da cor da carroceria.

Logo ao adentrar na Uno prateada, fiquei impressionado com o bom espaço interno disponível para o motorista. Esta versão avaliada, de 4 portas, não possuía regulagem de altura do banco nem do volante, mas, ao contrário do que é padrão, parece que as Uno mais básicas foram feitas para motoristas bem altos. Com o banco pouco além da metade do seu curso, me acomodei muito bem, com amplo espaço para as pernas, braços dobrados corretamente e coluna semi-ereta. Minha cabeça estava longe do teto e meus ombros longe das janelas, sem nenhuma sensação de claustrofobia.

Convém dizer que eu tenho 1.90m e a altura do volante estava corretíssima para o meu uso. Meu pai com 1.75m achou o banco muito baixo e o volante muito alto. Logo, tenha em mente que a regulagem de altura do banco/volante é um opcional mandatório para aqueles mais próximos da altura padrão do brasileiro.

A ergonomia do carro é muito boa, com os comandos próximos à mão do motorista. Até mesmo o acionamento dos vidros elétricos dianteiros no painel (one touch subida e descida), como o Fiat 500, não ficou tão ruim, é apenas questão de costume.

Os comandos de acionamento dos faróis/lanternas é padrão, assim como o acionamento dos limpadores. Por sinal, o limpador dianteiro possui a útil função "uma varrida" quando o lavador é acionado. Pode-se dizer que é um luxo no segmento em que o carro se encontra.

Indicador de porta aberta, um luxo.
Esse modelo Vivace possui econômetro mas não possui conta-giros, nem computador de bordo, que por sinal é opcional apenas do Sporting. Mas oferece ao motorista medidores digitais de temperatura e combustível, de boa visualização, concentrados em um display redondo de bom gosto. Há ainda um excelente indicador de portas abertas, raro no segmento e bem útil a qualquer modelo.

À esquerda do volante, há uma série de botões sem uso, além dos acionadores do desembaçador traseiro e faróis de neblina. À direita, os comandos do ar-condicionado, que são meio duros e imprecisos, passando a impressão (real) de serem feitos para custar pouco. Abaixo destes, um porta objetos meio inútil que sequer abrigou meu celular. Sobre o porta-luvas, há um porta objetos melhor, com ressaltos para divisões, tendo a tomada 12V à esquerda. Porém, qualquer objeto colocado ali irá fazer bastante barulho, pelo contato direto com o plástico duro, algo comum no segmento.

Logo abaixo há dois porta-latas, pois copos maiores do que 300ml não cabem ali. No teste do Drive Thru, aonde eu tento colocar copos de 500 ml nesses compartimentos, a Uno não foi aprovada. Em cada uma das portas há um porta-garrafas, mas também servem apenas como porta-latas. Apesar do bom tamanho, são rasos e atrapalhados pelo puxador da porta, não permitindo que garrafas fiquem em pé ali, sujeitas a cair e atrapalhar a vida do condutor e passageiro.

Acabamento da porta
O acabamento da porta é todo em plástico rígido, inclusive o ponto aonde o cotovelo se apóia. Também é algo comum no segmento e denota o baixo custo do modelo. O puxador em tonalidade mais clara é de bom gosto, expressa alguma modernidade. O porta-objetos aí é muito bom, com uma boa profundidade. As maçanetas são feitas de um material pobre, dando a impressão que irão quebrar cedo ou tarde. Estas também são responsáveis pelo acionamento das travas, empurrando a maçaneta para dentro, padrão nos Fiat. Os comandos do retrovisor são fáceis de operar e, ao lado destes, há o lugar reservado aos tweeters.

O acabamento dos bancos é bom, e o tecido é de bom gosto. Quanto aos assentos, são duros, oferecem pouco conforto e pouco apoio para a região lombar. Após algumas horas dirigindo o modelo, foi inevitável não sentir dor nesta área. Os apoios de cabeça são costurados no banco e não permitem regulagem, mas parecem aptos a cumprir sua função para motoristas de qualquer estatura, no caso de uma colisão traseira. Já a regulagem da inclinação do encosto é péssima, efetuada por alavancas localizadas no local correto, próximas ao encaixe dos cintos de segurança. O modo de operação é padrão, eleve as costas do encosto, puxe a alavanca para baixo para subir o encosto e, para descer este, puxe para cima. Parece simples, e é, mas o ajuste milimétrico é impossível e convém dispor de bastante paciência para encontrar a posição correta.

Atrás, bom espaço para as pernas
Como pode ser visto na imagem acima, o espaço para as pernas no banco traseiro é bom. Quatro Marcelos viajariam tranquilos no carro, pois na foto acima o assento dianteiro está regulado exatamente para mim. Já o quinto Marcelo teria que ir de ônibus ou pegar carona no Sandero de alguém, o único carro popular que carrega cinco Marcelos sem problema.

Há cintos de três pontos nos assentos laterais e cinto abdominal no meio, mas nenhum destes é retrátil. O comando dos vidros é manual, neste e em qualquer Fiat Uno. Não sei o motivo da Fiat não ter disponibilizado vidros elétricos traseiros e retrovisores elétricos para a Uno, mas são itens importantes que não podiam ser deixados de fora, principalmente para um carro popular, voltado para muitas pessoas que irão colocar a família inteira dentro destes e viajar longas horas no primeiro feriadão que vier. Ei Fiat, crianças adoram girar a manivela dos vidros sem os pais saberem.

Porta traseira
A abertura das portas traseiras é razoável, compatível com seu entre-eixos curto herdado da plataforma do Palio. O resultado disso são portas que abrem o suficiente, mas atrapalham a vida de pessoas com pé 43, como é o caso deste que vos escreve. Pessoas com pé de tamanho normal não terão problemas. Os bancos traseiros estão em posição levemente mais elevada que os bancos dianteiros, mas o espaço para a cabeça continua excelente, fruto do teto bem elevado.

Apoios de cabeça em vírgula
O único revés para os passageiros que viajam atrás são os irritantes apoios de cabeça em forma de vírgula. São apenas dois, que precisam ser elevados sempre que alguém desejar usar um desses assentos, caso o contrário eles incomodarão sem dó. Os defensores do apoio de cabeça em forma de vírgula dizem que são úteis para não atrapalhar a visibilidade do motorista quando não estão em uso, mas esquecem que algo a ser operado o tempo todo requer no mínimo um pouco de facilidade de utilização, que não é o caso do duro acionamento destes apoios de cabeça. E, ainda, apoios de cabeça normal aí pouco criariam um ponto cego, visto que as colunas traseiras largas da Uno já fazem esse trabalho por conta própria.

O porta-malas de 280 litros é suficiente e bom para um compacto. Apesar do banco traseiro não ser bipartido, o acesso ao compartimento de cargas é fácil, uma vez que a boca do porta-malas possui boa abertura e o recorte no para-choque faz com que o porta-malas não fique tão fundo, facilitando a entrada/saída de cargas mais pesadas.

Puxador muito alto
O revestimento interno da tampa do porta-malas é nulo, mas pelo menos uma capa plástica protege o motor do limpador traseiro, tendo ainda um puxador, para facilitar a tarefa de fechar o porta-malas, isso, claro, para aqueles que são mais altos. Minha noiva de 1.70m teve dificuldades para alcançar o puxador da tampa. Isso também pode ser problemático para aqueles que possuem uma garagem baixa, pois a tampa se eleva fácil a quase 2 metros de altura.

Material termoabsorvente

O estepe, de mesmo tamanho dos outros pneus (175/65 R14) dorme dentro do porta-malas e sua retirada é fácil e sem maiores problemas. Na foto acima pode-se verificar a aplicação visível de material termoabsorvente, para evitar que o calor do escapamento frite aquele bife que você comprou no mercado antes de você chegar em casa, como pode acontecer em outros populares (e não tão populares assim, como o Agile).

A visibilidade interna e externa do modelo é muito boa. Os retrovisores externos são planos mas enormes, permitindo que se ache com facilidade o ponto ideal. O retrovisor interno cobre bem a área do vidro traseiro, que tem tamanho suficiente para proporcionar boa visibilidade, sem qualquer problema para o motorista.

O modelo que avaliei não possuía chave com telecomando, mas ao acionar as fechaduras, a luz de salão (single spot) acendia gradualmente. Ao travar o carro, apagava da mesma forma que acendia. O mesmo acontece ao colocar a chave no contato e ligar o veículo, o que faz com que as luzes apaguem lentamente, como em um teatro, algo bobo, mas que abre um sorriso no rosto daquele que comprou um carro sabidamente barato e espartano.

Acionamento interno do porta-malas não há, nem manual quanto menos elétrico, e requer que seja feito externamente pela chave. Também não há acionamento do tanque de combustível de outra forma que não seja pela chave. O acionamento da tampa do motor é feita por uma alavanca padrão, de plástico duro e com rebarbas, que pode machucar mãos mais sensíveis.

No geral o acabamento é correto, as peças possuem qualidade de montagem aceitável, apesar das rebarbas e dos parafusos à mostra. As saídas de ventilação são redondas, possuem péssima manuseabilidade e são muito ruins à vista, passando extrema sensação de fragilidade e pobreza. Mas pelo menos cumprem seu papel com dignidade.

O ar-condicionado do modelo é bom, gela a cabine com facilidade e o modo de recirculação mantém o ar externo (e seus odores) longe da cabine. Um problema nesse modelo específico que avaliei é que um zumbido do ventilador quebrava o silêncio interno sem cerimônia, se tornando mais irritante conforme se aumentava a velocidade de ventilação.

Na próxima parte, irei citar os aspectos de dirigibilidade e uso na cidade e estrada do modelo, bem como consumo e outros dados importantes.

Marcelo Silva

Fotos: Marcelo Silva (acervo pessoal)
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