segunda-feira, 28 de maio de 2012

Avaliação VW Gol 1.0, Parte 2 - Na Cidade

No post anterior, falamos sobre os aspectos gerais do VW Gol 1.0, que nos impressionou pelo acabamento espartano e ao mesmo tempo bem montado. Não é um veículo que exala luxo por todos os poros, mas é um passo interessante em relação ao Gol Ecomotion e também em relação a alguns concorrentes. Mas se tem um momento que o Gol 1.0 realmente impressiona é em movimento, em especial na cidade, como veremos neste post.




O motor é 1.0, e são 76 cv (E100) responsáveis por puxar 947 kg de massa, o que resulta em uma relação peso/potência de 12,46 kg/cv, ou seja, nada animador. E eu confesso que sou um sujeito que gosta de motores fortes, respostas rápidas e força de sobra no motor, portanto não sou amigo de motores 1-litro. Simplesmente detesto afundar o pé no acelerador para ganhar velocidade em uma via expressa e obter uma resposta preguiçosa do motor, como aconteceu no Fiat Uno Vivace.

Mais eis que o aspecto franzino dessa dama prateada me surpreendeu com seu apetite voraz. Assim que engato a 1ª marcha no tesudíssimo (que eu não canso de elogiar) câmbio MQ200, afundo o pé no acelerador para ganhar velocidade compatível com a via e recebo em troca uma estilingada para a frente. Marcha seguinte, pé embaixo novamente e nova estilingada. Ao engatar a 3ª, já estou a 70 km/h com facilidade, sem ser xingado pelo motorista que vinha logo atrás, impressionante!


Puro mérito do câmbio curtíssimo acoplado ao valente motor VHT e seus 10,6 kgfm de torque (E100). Mesmo com a rotação elevada que o torque é plenamente despejado nas rodas, o câmbio curto permite que as 3850 RPM sejam alcançadas com facilidade. E caso uma redução seja necessária, isso é mais do que prazeroso com essa bela caixa de câmbio.

O desempenho agradável se soma a uma boa qualidade de construção da carroceria, que transmite solidez ao rodar pela cidade, mesmo em solo crocante. A suspensão tem boa calibragem, é relativamente macia e filtra bem as ondulações. Os pneus de perfil alto (175/70 R14) ajudam nessa tarefa, tornando o Gol 1.0 confortável e suave para a categoria.


Os bancos possuem tecido pobre, desagradável aos olhos, mas não influi no trato com o corpo dos ocupantes. Graças à boa regulagem de altura do assento do motorista, pude ficar bem posicionado (leia-se: próximo ao chão) e sobrou grande espaço para minhas pernas. Infelizmente a regulagem de altura da coluna de direção não é de série, e a altura que ela fica não é um primor de conforto para a altura que deixei meu banco, mas acostuma-se. O volante da versão básica é feio, sem acabamento que "educa" a posição dos dedos e o diâmetro um pouco exagerado da peça me incomodou, prefiro volantes menores.

No banco traseiro, o espaço é satisfatório para dois Marcelos. Talvez um Marcelo aos 10 anos de idade pudesse viajar junto, visto que o túnel central não rouba muito espaço. A espuma de todos os bancos é volumosa como a região glútea de uma modelo anoréxica, mas não cansa, mesmo após horas de engarrafamento. O porta-malas abriga sem dificuldade as compras do mês de um casal ou família pequena.


O nível de ruído é baixo no interior da cabine, possibilitando que os ocupantes conversem tranquilamente ou ouçam uma boa música (desde que o carro esteja equipado com rádio). Somando-se ao conforto, a direção hidráulica é bastante precisa e tem boa relação, facilitando as manobras na cidade.

Na dinâmica, os freios são bem confiáveis e o pedal possui progressividade boa, fruto da excelente plataforma utilizada pelo carro. A estabilidade é suficiente para contornar curvas na cidade sem susto, com pouca rolagem da carroceria e boa obediência do eixo traseiro em relação aos comandos do eixo dianteiro.


E eu estava quase certo que o câmbio curto e as boas respostas do motor cobrariam seu preço na hora do abastecimento, mas me enganei. Após rodar 280 km na cidade, com direito a muito engarrafamento, o consumo verificado foi de 10,2 km/l de Etanol.

Diante desses fatos, fica fácil definir o VW Gol 1.0 como um bom carro para o uso urbano, com boas respostas ao acelerador e consumo extremamente comedido. Mas será que o compacto da montadora alemã irá agradar também no uso rodoviário? Veremos no próximo post.

Texto e fotos: Marcelo Silva

Um comentário:

  1. Resumindo, qual vc gostou mais de dirigir, uno vivace ou gol ??? considerando motor e conjunto ... vlw

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